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Pré-diabetes e coração


Diabetes é uma doença é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose (açucar) no sangue. O valor normal de glicose no sangue (em jejum) é menor que 100 mg/dL. Mas para receber o diagnóstico de diabetes, a pessoa deve apresentar valores de glicose no sangue acima de 126 mg/dL em jejum ou acima de 200 mg (após o teste de tolerância oral à glicose), ou apresentar uma hemoglobina glicada acima de 6,5%.

As pessoas não atingem estes critérios, mas apresentam valores de glicose um pouco acima do normal, mas ainda sem critérios para definir o diagnóstico de diabetes, recebem o diagnóstico de pré-diabetes. No Brasil, cerca de 4,5% dos adultos tem pré-diabetes.

Até pouco tempo, esse era um diagnóstico que tinha como principal objetivo fazer com que fosse iniciado tratamento para evitar que o paciente desenvolvesse diabetes. Este tratamento envolve controle alimentar, prática regular de exercícios e uso de medicamentos. Muitos pacientes acabam não levando este tratamento a sério e cerca de 50% deles acaba evoluindo para diabetes.

Um estudo recém-publicado no British Medical Journal analisou dados de mais de 10 milhões de pacientes e concluiu que indivíduos com pré-diabetes (ou seja, sem diagnóstico estabelecido de diabetes) apresentam risco 66% maior de morte do que indivíduos com valores normais de glicose sanguínea. O risco de apresentar doença cardiovascular, incluindo infarto e AVC também foi maior.

Resumindo: se você mantém valores limítrofes da glicose no sangue, mesmo que ainda sem diagnóstico confirmado de diabetes, você já está em risco!

O tratamento multidisciplinar, envolvendo atividade física, orientação nutricional, controle do peso e, eventualmente, uso de medicamentos é essencial para evitar morte e doenças cardiovasculares.


Dra. Renata Castro
CRM 5270560-8
Especialista em Medicina do Esporte (RQE 28280) e Cardiologia (RQE 27131)⁣ 

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