A American Heart Association acaba de publicar diretrizes orientando cardiologistas a lidar com os problemas cardiovasculares que afetam esta população. Uma pesquisa realizada em 2018 mostrou que o currículo de formação de profissionais de saúde falha em abordar adequadamente a saúde de adultos LGBTQ e, portanto, acredita-se que esta falta de conhecimento impacte negativamente na qualidade dos cuidados de saúde oferecidos a esta população.
Até o momento existem poucas pesquisas detalhadas sobre o tema. Mas já se sabe que adultos LGBTQ apresentam mais doenças cardiovasculares do que os heterossexuais cisgêneros e o principal motivo para isso parece ser a maior carga de estresse a que estão expostos. O estresse causado pela violência, abusos e discriminação também contribuiu para a maior incidência de tabagismo, obesidade e uso de drogas ilícitas. Além disso, a própria terapia hormonal utilizada por transgêneros pode contribuir para trombose e outros eventos cardiovasculares.Apesar de importante, a diretriz infelizmente é muito superficial. E essa falta de profundidade se justifica pela escassez de estudos na área. Pensando nesta questão, desde de 2018 o American College of Physicians hospeda um fórum, onde sou uma das moeradoras, onde médicos do mundo inteiro debatem sobre a saúde da população LGBTQ. As comunidades médica e científica precisam abrir os olhos para esta questão, fornecendo melhores condições de cuidado para esta população.
Dra. Renata Castro
CRM 5270560-8
Especialista em Medicina do Esporte (RQE 28280) e Cardiologia (RQE 27131)
CRM 5270560-8
Especialista em Medicina do Esporte (RQE 28280) e Cardiologia (RQE 27131)