Pular para o conteúdo principal

Tenho um stent no coração, e agora?


Vamos falar sobre stents?

A doença arterial coronariana ocorre pela formação de placas de gordura nas artérias do coração (coronárias). A ruptura destas placas, com obstrução total do vaso, leverá à ocorrência de infarto. Seja quando ocorre o infarto, ou quando detectamos estas placas antes do infarto, muitas vezes o tratamento proposto é a angioplastia com implante de um stent.

Um stent parece uma pequena mola que é colocada no vaso que estava com entupimento. Esse procedimento (angioplastia) é realizado através de cateterismo e abre o vaso. Após o implante do stent são indicados medicamentos próprios para evitar que ele se feche.

É natural que depois de um procedimento no coração, mesmo sem ser feita uma cirurgia cardíaca, o paciente se sinta inseguro para retornar à prática de exercícios físicos. Mas devemos lembrar que a prática regular de exercícios faz parte do tratamento de pacientes com doença coronariana. Dependendo do grau de acometimento cardíaco, o indivídio poderá precisar de reabilitação cardíaca ou poderá até ser liberado para a prática de esportes competitivos. Então, é importante procurar uma especialista em cardiologia ou medicina do esporte, habituada a orientar pacientes com doença coronariana, antes de sair treinando por conta própria.

Um paciente meu, 45 anos, precisou implantar um stent na principal artéria do coração no 1o semestre deste ano. Fizemos sua avaliação e orientamos o tratamento e o treinamento. Resultado? Hoje fui informada que ele completou uma prova de 46 km, com ganho de 1,9 km de elevação, e foi 7o lugar de sua categoria! Uma forma sensacional de encerrar um ano que havia sido tão desafiador para ele! Mágica?

Claro que não! Ciência!!! Toda a avaliação de risco e acompanhamento dele tem sido feita com base no que se tem de mais novo e científico nestes casos. Que vitória!!! Que venham novos desafios!

Gostou? Compartilhe com seu amigo que desde que colocou um stent não levanta do sofá para nada...

Dra. Renata Castro
CRM 5270560-8
Especialista em Medicina do Esporte (RQE 28280) e Cardiologia (RQE 27131)⁣

Postagens mais visitadas deste blog

Por que fisioculturistas morrem cedo?

Neste final de semana aconteceu a maior competição do fisiculturismo mundial: Mr. Olympia. Dias antes do início da competição, um dos principais competidores, George "Da Bull" Peterson, 37 anos de idade, foi encontrado morto no hotel. Infelizmente, as mortes de fisiculturistas têm sido cada vez mais frequentes. A causa da morte ainda não foi divulgada. Mas uma morte de atleta sempre nos faz pensar sobre possíveis causas. O fato de a morte ter acontecido próxima à competição sugere que a desidratação e distúrbios de eletrólitos (como o potássio) podem ter sido a causa. Para os músculos ficarem mais aparentes, é muito comum que estes atletas desidratem absurdamente no período pré-competição. Muitos deles usam diuréticos e isso acaba gerando perdas enormes de água e potássio, facilitando a ocorrência de arritmias e morte. Vale lembrar que o uso de esteróides anabolizantes é frequente nos atletas de fisiculturismo e não podemos descartar infarto, tromboembolismo pulmonar e insufi...

Será que você tem inflamação crônica?

A inflamação crônica pode se desenvolver de várias maneiras. Uma possibilidade é que a ameaça permaneça porque o corpo não consegue se livrar da substância agressora, seja um vírus, uma bactéria, um substância que causa alergia ou uma toxina química. O sistema imunológico é muito bom para eliminar invasores, mas às vezes os agentes agressores resistem até mesmo às nossas melhores defesas e se escondem nos tecidos, provocando a resposta inflamatória repetidamente. O estilo de vida não saudável ​​também pode causar inflamação contínua. Fumar, não praticar exercícios regularmente ou seguir uma dieta rica em carboidratos refinados pode contribuir para a inflamação crônica. Essa inflamação contínua aumenta o risco de muitas doenças - incluindo doenças cardíacas, AVC, diabetes, câncer e doença pulmonar obstrutiva crônica - que são as principais causas de morte em todo o mundo. Você sabia que de acordo com a Harvard Medical School, três em cada cinco pessoas no mundo morrem de uma doença asso...

Como a pandemia mudou seus hábitos de exercícios?

2020 foi um ano desafiador. A pandemia nos obrigou a mudar hábitos de uma forma impensável. A  @polarglobal  acaba de publicar seu relatório sobre a comparação dos hábitos de exercícios/esportes dos usuários de seus frequencímetros (relógios que medem a frequência cardíaca). Os resultados são bem interessantes, revelando mudanças substanciais nos tipos de exercícios praticados e até no nosso sono. 👉 Como o fechamento de muitas academias e as restrições ao uso das que estavam abertas, as pessoas começaram a se exercitar mais ao ar livre. 👉 Estas atividades ao ar livre acabaram aumentando também o número de passos diário dos usuários. 👉 Com o home office, as pessoas passaram a poder acordar um pouco mais tarde, e isso aumentou o número de minutos dormidos por noite (aumento de 14 minutos/noite). Essa mudança pequena foi capaz de melhorar os dados de relaxamento e recuperação pós-treino. 👉 O número de pessoas preocupadas com seus dados de saúde também aumentou e um maior núme...