Pular para o conteúdo principal

Corações de atletas não são todos iguais


Você sabia que o tipo, a quantidade e a intensidade do seu treinamento físico alteram a estrutura e o funcionamento do seu coração?

Calma! Não estou falando que o treinamento é ruim para a saúde do coração. Pelo contrário, o treinamento físico realizado com orientação correta é extremamente benéfico para a saúde do seu coração e de outros órgãos.

O que estou explicando é que o coração se adapta ao treinamento. E cada modelo treinamento vai gerar um tipo de adaptação. Por exemplo: o coração de um ciclista é bem diferente do coração de um halterofilista!

Este é um dos motivos pelos quais quem trabalha com atletas e esportistas precisa conhecer a fundo as modalidades esportivas e seus aspectos médicos. Isso não se aprende na formação clássica do cardiologista.

Por isso, há mais de 20 anos me dedico ao estudo da cardiologia do esporte. Quando atendo um esportista ou atleta é de extrema importância que eu saiba detalhes sobre seu treinamento. Assim, posso analisar se as alterações encontradas em seu coração são consequentes ao treinamento (adaptações benéficas: coração de atleta) ou se indicam a presença de doenças cardíacas.

As análises realizadas em nosso laboratório de cardiologia do esporte incluem eletrocardiograma, teste cardiopulmonar de exercício e técnicas avançadas de ecocardiografia (@drjoaogiffoni ). Com integração destas técnicas, além do diagnóstico precoce de doenças, conseguimos analisar o nível de treinamento do indivíduo e inclusive avaliar o quanto ainda é possível progredir nestas adaptações com segurança.

Você que se dedica aos treinos, investe em equipamentos, me conta quando foi a última vez que se consultou com uma especialista. Já passou da hora de usar os avanços da cardiologia do esporte a favor de sua saúde e da sua performance, não acha?

Dra. Renata Castro
CRM 5270560-8
Especialista em Medicina do Esporte (RQE 28280) e Cardiologia (RQE 27131)⁣

Postagens mais visitadas deste blog

Por que fisioculturistas morrem cedo?

Neste final de semana aconteceu a maior competição do fisiculturismo mundial: Mr. Olympia. Dias antes do início da competição, um dos principais competidores, George "Da Bull" Peterson, 37 anos de idade, foi encontrado morto no hotel. Infelizmente, as mortes de fisiculturistas têm sido cada vez mais frequentes. A causa da morte ainda não foi divulgada. Mas uma morte de atleta sempre nos faz pensar sobre possíveis causas. O fato de a morte ter acontecido próxima à competição sugere que a desidratação e distúrbios de eletrólitos (como o potássio) podem ter sido a causa. Para os músculos ficarem mais aparentes, é muito comum que estes atletas desidratem absurdamente no período pré-competição. Muitos deles usam diuréticos e isso acaba gerando perdas enormes de água e potássio, facilitando a ocorrência de arritmias e morte. Vale lembrar que o uso de esteróides anabolizantes é frequente nos atletas de fisiculturismo e não podemos descartar infarto, tromboembolismo pulmonar e insufi...

Será que você tem inflamação crônica?

A inflamação crônica pode se desenvolver de várias maneiras. Uma possibilidade é que a ameaça permaneça porque o corpo não consegue se livrar da substância agressora, seja um vírus, uma bactéria, um substância que causa alergia ou uma toxina química. O sistema imunológico é muito bom para eliminar invasores, mas às vezes os agentes agressores resistem até mesmo às nossas melhores defesas e se escondem nos tecidos, provocando a resposta inflamatória repetidamente. O estilo de vida não saudável ​​também pode causar inflamação contínua. Fumar, não praticar exercícios regularmente ou seguir uma dieta rica em carboidratos refinados pode contribuir para a inflamação crônica. Essa inflamação contínua aumenta o risco de muitas doenças - incluindo doenças cardíacas, AVC, diabetes, câncer e doença pulmonar obstrutiva crônica - que são as principais causas de morte em todo o mundo. Você sabia que de acordo com a Harvard Medical School, três em cada cinco pessoas no mundo morrem de uma doença asso...

Como a pandemia mudou seus hábitos de exercícios?

2020 foi um ano desafiador. A pandemia nos obrigou a mudar hábitos de uma forma impensável. A  @polarglobal  acaba de publicar seu relatório sobre a comparação dos hábitos de exercícios/esportes dos usuários de seus frequencímetros (relógios que medem a frequência cardíaca). Os resultados são bem interessantes, revelando mudanças substanciais nos tipos de exercícios praticados e até no nosso sono. 👉 Como o fechamento de muitas academias e as restrições ao uso das que estavam abertas, as pessoas começaram a se exercitar mais ao ar livre. 👉 Estas atividades ao ar livre acabaram aumentando também o número de passos diário dos usuários. 👉 Com o home office, as pessoas passaram a poder acordar um pouco mais tarde, e isso aumentou o número de minutos dormidos por noite (aumento de 14 minutos/noite). Essa mudança pequena foi capaz de melhorar os dados de relaxamento e recuperação pós-treino. 👉 O número de pessoas preocupadas com seus dados de saúde também aumentou e um maior núme...